terça-feira, 28 de junho de 2016

Jornal Lorenense



Preciso de uma Editora
23/06/2016
“O termo correspondente à “editora” em inglês é publisher (livros) ou record label (discos). Uma das etapas de produção do texto é a edição, e o profissional encarregado também é chamado de editor ou editor de texto.
A editora contrata os profissionais de texto e arte para produção dos livros, custeia a impressão (gráfica), faz a divulgação e contrata uma distribuidora para colocar os livros nas livrarias, e media a interação dos leitores com autores”.
Essa foi a definição encontrada numa pesquisa feita no Google, sobre a função da Editora.
À primeira vista, parece muito fácil encontrar uma editora que irá transformar o original do autor num livro, fazer a divulgação com apresentação a jornalistas, envio a livrarias e finalmente acertar com o autor o montante referente à porcentagem do direito autoral, combinada num contrato previamente preenchido, assinado e registrado em cartório.
Seria maravilhoso! Mas a realidade é bem outra, bem mais complicada e decepcionante.
Com o original em mãos, lido e relido, sentindo já a aprovação popular, após o incentivo dos familiares, que orgulhosos já se sentem também no pódio com a explosão do talento na família, o autor procura entrar em contato com as Editoras que encontra pela internet.
Envia o original e aguarda ansioso… Os meses passam… Todos os dias, corre os olhos nos e-mails à procura da esperada resposta.
Transcorridos seis meses ou mais, chega a primeira: “ Seu original não se encontra dentro de nossa linha de publicação”, ou “Não publicamos poesias”… “Mas o original era um romance”, questiona o autor, pensativo. Claro que o original nem foi aberto, mas o principiante não sabe disso e fica, então, deprimido e decepcionado.
A opção então, é tentar uma editora para autores independentes. Bem, essas editoras, na maioria, publicam qualquer coisa, desde que sejam devidamente remuneradas.
O autor, buscando realizar o sonho de um livro publicado, vai na conversa que seu livro será colocado no site da livraria, que será apresentado aos livreiros e que então, terá retorno rápido do investimento.
Mas também, não é isso que acontece. O autor recebe os cem exemplares, cujo valor unitário não ficou nada em conta e tenta estipular um preço adequado ao bolso de seus leitores. Com sorte, no lançamento, ele consegue vender vinte e poucos exemplares a familiares e amigos, mas o resto fica enfileirado em sua prateleira, principalmente quando não se tem disposição para correr atrás de feiras, poder aquisitivo para expor em Bienais, ou disponibilidade para vender de porta em porta.
Dessa forma, muitas vezes, um grande talento, que tem como, através de seus poemas, passar tantas mensagens de alegria, otimismo, ou mesmo proporcionar momentos de recreação com a leitura de um belo romance, desiste, diante de tantas dificuldades. Ele precisa trabalhar para sustentar sua família e escrever não dá dinheiro.
Os novos autores que estão se destacando, hoje em dia, são aqueles aposentados que, após terem garantido seu sustento, têm agora oportunidade de realizar o sonho contido durante uma vida, pois com mais experiência, tentam contato com várias editoras, até encontrar uma mais séria, que realmente se interessa em investir em seu trabalho. Agora, com maior poder aquisitivo, pode participar de Antologia, nas quais vai mostrando seu trabalho e fazendo acreditarem mais em seu talento.
Também não é nada fácil, exige ainda muita persistência.
Mas…, mesmo diante de tudo isso, quem tem nas veias talento e o sonho de ser escritor, não deve desistir; aliás, nunca se deve desistir de nenhum sonho, mas sim lutar para concretizá-lo. Vale a pena a luta, pois ver seu livro nas prateleiras das livrarias, ter a oportunidade de participar de bienais onde se sentirá em casa, pois estará em contato com o que mais aprecia, manuseando, folheando e mergulhando em toda essa magia que a literatura nos transporta, não tem preço. Ao receber uma homenagem pelo trabalho realizado, ou ser convidado para participar de uma Academia de Letras então, o autor se realiza. Sente que foi abençoado, por chegar ao ápice de seu sonho de menino.
Zilda Costa Toledo, membro efetivo da Allarte, ocupa a cadeira nº 24 e tem como patrono Mário de Andrade

quarta-feira, 8 de junho de 2016

ESCOLA: LOCAL DE CRESCIMENTO INTELECTUAL E APRENDIZAGEM



Um conceito errôneo de escola tem se difundido cada vez mais. Esta ideia de que tem que dar merenda na escola para atrair a clientela é um conceito muito primitivo. Predomina a ideia de que na escola tem que ter muitas diversões, jogos, festas tudo isso para que a criança se sinta atraída para frequentá-la. Acho que esse é um procedimento que deve ser aplicado com animais irracionais.
  A criança tem que ser formada para a responsabilidade de um dia frequentar a escola, não imbuída de qualquer atrativo, mas com o objetivo de crescer intelectualmente preparar-se para a vida e para a sociedade na qual aos poucos será inserida.
 Essa escola deve ser composta de uma equipe competente, bem remunerada, cada qual na sua escala profissional, voltados com um único e essencial objetivo: formar um indivíduo de forma global com todas as possibilidades de competir e buscar um lugar na história.
A Diretora deve ser uma pessoa, que além dos requisitos culturais, tenha experiência em sala de aula e seja aprovada num processo seletivo.
A coordenadora pedagógica também deve ser uma pessoa com muita experiência em sala de aula para evitar o devaneio de realizações impossíveis que acabem se restringindo ao papel na ânsia de mostrar serviço. Passar por um processo seletivo para então exercer esse cargo que é de muita ajuda e importância no processo educativo.
As professoras, também concursadas, devem aprimorar-se periodicamente para ministrar aulas criativas, dentro do contexto moderno que a criança está acostumada a vivenciar.
A escola terá que resgatar o antigo padrão de respeito, onde os alunos terão normas, exigências, enfim deveres e não somente direitos. A sala de aula deve ser um lugar de silêncio, reflexão, aquisição de conhecimentos onde o professor funcionará como o mediador para o desenvolvimento de todas as potencialidades de seus alunos.
 A merenda é indispensável sim, pois é inadmissível a aprendizagem se a criança não se encontra convenientemente alimentada. A alimentação é a necessidade primordial do indivíduo. Mas, o ideal seria até se essa fosse oferecida num refeitório separado da escola, onde os alunos carentes passariam, antes de irem para o ambiente escolar. Ali seriam alimentados, receberiam noções básicas de higiene, como lavar as mãos, escovar os dentes após as refeições e se necessário receberiam uniformes e materiais. Não há necessidade de materiais para todos. Os alunos que possuem condições comprariam o próprio material, de acordo com os padrões pré-estabelecidos pela escola. Isso já acontece! Os alunos de melhor poder aquisitivo, fazem questão de comprar mochilas de marca, cadernos, lápis e caneta de acordo com sua escolha.
A quadra de esportes, danças, aulas de informática, músicas tudo que venha acrescentar na evolução e na busca de talentos ocultos deveria ser também ministrada em locais apropriados, fora do horário de aulas principalmente para os alunos cujos pais trabalham e necessitam ser retirados do convívio pecaminoso que a rua oferece.
Pais de alto poder aquisitivo já colocam seus filhos em escolas particulares e se porventura freqüentarem as escolas públicas levam já uma rotina diferente de atividades extras: participam de aulas de músicas, judô, balé, natação e outros.
Com isso a sala de aula voltaria a ser somente um local de aquisição de conhecimentos, a escola um ambiente de cultura, cujo atrativo seria somente a sede do saber e o crescimento intelectual.
Bem, infelizmente essa é apenas uma ideologia. Quem sabe um dia essa idéia seja acatada e aperfeiçoada, mas no momento deixemos a utopia e encaremos nossa realidade
Façam o que está ao alcance de vocês, ainda há esperança de uma educação pública de qualidade.
Descruzem os braços, não esperarem atitudes de ninguém. Faça vocês mesmos a diferença: pais e professores dêem-se as mãos, unam-se em prol da melhoria do ensino público.
  Analisem tudo o que foi aqui colocado, pois foi pensando em seu filho que escrevi este livro. Você pode ajudar muito amando-o e educando-o com sabedoria, exigências e limites de comportamentos. Realmente, não é uma tarefa fácil, mas o retorno será gratificante e compensador.
Retirado do livro: SE OS PAIS E PROFESSORES DEREM- SE AS MÃOS